Untitled Document
 

NOTÍCIAS

18/02/2014 - ONG promove a integração de crianças de diferentes classes sociais em acampamentos

Está no Estatuto da Criança e do Adolescente: toda criança tem direito à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao lazer... Lazer? Sim, o que pode parecer corriqueiro para uns, é um ilustre desconhecido para outros – mas, acima de tudo, um direito. Por isso, virou o fio condutor do trabalho do Instituto Himalaia, uma organização não governamental (ONG) de São Paulo que promove acampamentos com crianças de 6 a 16 anos. As atividades, que tiveram início há 20 anos, quando o instituto ainda era uma empresa de lazer e eventos, assumiram o viés exclusivamente social em maio de 2008. Desde então, dez acampamentos foram realizados, sempre com um pré-requisito peculiar: “Uma criança financia a outra”, conta Fernando Henrique Soares de Oliveira, idealizador e presidente da ONG.

Funciona assim: o valor de cada criança que participa de uma temporada (em média R$ 750 por acampamento) cobre os custos dela e de outra, cuja família não tem condições de arcar com o gasto.“Muitas não tinham acesso a um lazer de qualidade e, na intensidade dos seis dias de acampamento, elas se entregam e se integram. É uma proposta de diversão pura, que agrega aspectos culturais, intelectuais e esportivos. Fazemos um estímulo não formal de atividades que educam.”

Os acampamentos são promovidos duas vezes por ano – janeiro e julho – e reúnem, a cada temporada, 40 crianças em um sítio em Cabreúva, interior de São Paulo. Lá, mais do que participar de gincanas e brincadeiras e se divertir na ampla infraestrutura local, elas passam por um trabalho de conscientização alimentar, em que aprendem a não desperdiçar comida e a escolher o que põem na mesa. “Elas têm a chance de plantar, colher, fazer compostagem, servir e serem servidas”, diz Fernando.

Os participantes que não pagamsão escolhidos entre as 240 crianças carentes atendidas na Associação Promocional do Coração Imaculado de Maria (Aprocima), uma instituição filantrópica, situada na zona oeste da capital paulista, que promove atividades extracurriculares voltadas para a educação social – o próprio Himalaia conta com voluntários que ministram algumas oficinas na associação, como marcenaria e informática. Antes, selecionavam crianças em várias instituições, mas preferiram se restringir a apenas uma para levantar dados concretos de como o trabalho do Himalaia muda a vida delas.

Segundo o estudante Francisco Roman, 16 anos, que já participou de quatro temporadas – três como não pagante e a última, em julho de 2013, como monitor –, os benefícios do trabalho do Himalaia são relevantes. “Como acampante, aprendi a ser mais cuidadoso com a minha casa, a me alimentar melhor, a trabalhar em equipe, porque fazíamos isso durante as brincadeiras. Já este ano, ganhei o respeito das crianças que monitorei. É muito legal se sentir responsável.” Para quem paga, os ganhos também são evidentes. “Minha filha, Morgana, de 16 anos, que participa desde os 9, passou a dar mais valor às coisas, inclusive em relação à estrutura familiar que tem”, declara Eliana Schiftan, empresária.

Fonte texto: Portal - Globo.com - Revista Crescer



     
Copyright © 2010-2011 - Instituto Carlos Duarte - Todos os Direitos Reservados