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30/08/2012 - Ex-menino de rua do RS lança livro infanto-juvenil sobre sua trajetória

Quem encontra Jorge Luis Martins na rua pode não reparar as cicatrizes. Arrumado com camisa e calça social, com ares de profissional bem-sucedido e formado em administração, o homem agora escreve a própria vida. Nesta semana, ele lança em Porto Alegre seu segundo livro, “O Menino da Caixa de Sapatos” (Ed. O Sonho da Traça). Na obra infanto-juvenil, onde a palavra “não” foi substituída, Jorge relata sua trajetória. “Fui menino de rua. Dormi muito tempo em um cemitério porque era o local mais seguro para me abrigar”, relembra, emocionado.

Nascido prematuro de sete meses, pelas mãos de uma parteira em uma casa emprestada de Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, Jorge viveu os primeiros dias de vida dormindo em uma caixa de sapatos para que os ratos não o comessem. “Minha avó nunca desistiu de mim. Não tive estrutura familiar. Minha mãe tinha problemas mentais e vagava pelas ruas. Meu pai foi ausente”, conta. Em 2010, o escritor teve seu primeiro contato com a literatura com “Meu nome é Jorge” (Ed. O Sonho da Traça): “Comecei a escrever há uns seis anos. Os conhecidos me estimularam, diziam que a minha vida precisava ser conhecida por todos”.

Escrever sobre uma história de sofrimento, abandono e superação não foi fácil, já que a cada linha as memórias reforçavam os sentimentos e machucados. “Me perguntei se eu teria o dom de escrever. Decidi que só escreveria sobre a minha vida e que, se mudasse apenas um jovem, já teria valido a pena”. Foi assim, entre lágrimas e lembranças, que nasceram as obras que já estão instituídas em escolas municipais do interior do Rio Grande do Sul como leitura obrigatória. “Criciumal, Tupandi, Taquara, Morro Reuter e Estância Velha são algumas das cidades em que o livro foi instituído. Participo também de um projeto na Fase dando palestras”, orgulha-se.

Hoje, dono de uma locadora de carros e corretor de imóveis, vive na sua própria casa e não esquece quem estendeu a mão nos momentos de desespero. “Muitos jovens não acreditam que eles podem ser médicos, professores ou empresários. Eles acham que isso é coisa para rico. Mas eu sou a prova viva de que isso acontece”, conclui.

Fonte texto: Portal G1

Fonte Foto: Portal G1



     
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